quinta-feira, 25 de março de 2010



BULLYING, O QUE É ISSO?


O Bullying, é uma prática conhecida de todos nós ä muito tempo. Se não fomos vítimas de Bullying na escola, certamente presenciamos algum destes atos.
Tanto nos é familiar, de alguma forma, que todos sabemos da sua existência. O fato de existir essa ‘familiaridade’ em relação ao comportamento de Bullying, faz com que, muitas vezes, este assunto não seja tratado com a devida atenção. Na verdade, até os últimos tempos tem sido tratado, na grande maioria dos casos, com omissão.
O Bullying se refere a todo tipo de comportamento agressivo, verbal ou físico, intencional e repetido, que acontece, geralmente, na escola, sem motivação evidente, adotados por um ou mais estudantes, contra outros, causando muito sofrimento, dor, ansiedade e angústia tanto nas vítimas, quanto nos espectadores.
Dentre as ações que caracterizam o Bullying, estão os apelidos, a discriminação, a exclusão, a perseguição, o isolamento, o assédio, a tirania, a dominação, a agressão física, o ataque aos pertences, entre outros. Ações que humilham, atacam e ofendem a criança vitimizada
Quem já foi vítima de Bullying, ou teve um amigo ou parente próximo vivendo esta realidade, sabe bem o estrago que esta prática pode causar na vida de uma pessoa, dependendo de como ela recebe essas ações.
Não é porque muitas vezes as pessoas tratam o Bullying como algo que acontece na escola, que é normal entre as crianças, que esse assunto possa ser desprezado, muito pelo contrário. É chegada a hora de nos colocarmos em posição contrária a essa prática a tanto tempo difundida, e que infelizmente já não tenha sido barrada ä muito dentro das escolas. Teria com certeza, evitado muito sofrimento.
O Bullying é um problema mundial, não está restrito a nenhum tipo de instituição, seja ela pública ou privada, rural ou urbana. Normalmente as escolas que não admitem a existência do Bullying entre seus alunos, ou desconhecem o problema ou se negam a enfrentá-lo.
É importante que as escolas, pais e alunos, possam enfim encarar este problema de frente, as conseqüências do Bullying, quando não há intervenções efetivas, podem ser desastrosas. O ambiente escolar torna-se totalmente contaminado. Todas as crianças são afetadas de forma negativa, passando a experimentar sentimentos de ansiedade e medo. Além do que, alguns alunos, que testemunham o Bullying, quando percebem que o comportamento agressivo não traz nenhuma conseqüência, podem adotá-lo também.
Dentre as conseqüências da prática do Bullying está o fato de que crianças que são alvos, dependendo de suas características individuais e de suas relações com o meio, poderão não superar os traumas sofridos na escola. Poderão crescer com sentimentos negativos, de baixa auto-estima, tornando-se adultos com sérios problemas de relacionamento, ou ainda assumir e multiplicar o comportamento agressivo.
Para aqueles que são os autores da prática, também existem conseqüências, estes podem levar para a vida adulta o mesmo comportamento anti-social, adotando atitudes agressivas no ambiente familiar ou do trabalho e trazendo muitos prejuízos para sua vida futura.
E as testemunhas, por sua vez, são afetadas de forma que sentem-se inseguras e temerosas de que sejam as próximas vítimas.
Portanto, é necessário que os envolvidos se mobilizem em busca de programas que possam ser implementados nas escolas com o intuito de diagnosticar, identificar e reduzir o comportamento agressivo entre os estudantes. Podendo assim melhorar o ambiente da escola e a qualidade de vida de todos.
Quem não ganharia com isto?

quarta-feira, 10 de março de 2010

DEPRESSÃO PÓS-PARTO


O seu bebê nasceu ou está para nascer, um momento de grande alegria se espera, a gestação foi sonhada, aceita, o nome escolhido de acordo com as melhores intenções e significados, o enxoval em cores suaves, sonha-se com o rostinho fofo, os movimentos lentos, o sorriso que aos poucos vai se revelar... eles são mesmo lindos - os bebês. E toda esperança de uma nova vida, traz alegria a família.Chega o momento considerado dos mais sublimes para a mulher.
Eis que, muitas vezes a expectativa com relação a este momento é frustrada pelos dados que a vida objetiva traz para a mãe.
É lindo ter um bebê, realmente incrível que possamos dar a luz a uma nova vida. Contudo, a maternidade, vem carregada de responsabilidades e mudanças na vida da mulher, implica mudanças em vários aspectos, no trabalho, na vida pessoal , emocional e social. Essas mudanças podem acarretar mais sofrimento do que a futura mãe possa supor. Existe uma tendência a se fantasiar a realidade, idealizar o momento, e esquecer os desafios que a condição de mãe impõe.
Em função disso, é muito importante, que as futuras mães, possam ter a maior proximidade possível com os dados de realidade que a função materna trará para sua vida, para que se possam diminuir as possibilidades do desenvolvimento de um quadro de depressão pós-parto que pode afetar consideravelmente a relação mãe-bebê e por conseqüência a formação da estrutura psíquica desta criança no decorrer de seu desenvolvimento.
Nesta direção, temos uma corrente de estudos que defende a realização do pré-natal psicológico, que vem de encontro a necessidade de preparação emocional e sócio-ambiental para a chegada do novo bebê. Segundo estes estudos, o pré-natal psicológico tem se mostrado tão importante quanto o acompanhamento físico da gestante e da criança. Podendo, com eficácia, prevenir situações futuras que favoreçam a depressão pós-parto, além de trabalhar questões com a mãe que podem melhorar suas condições e qualidade de vida e assim, também as condições de desenvolvimento de seu bebê.
Logo após o parto, em média 60% das mães sofrem do que chamamos “baby blues”, que se caracteriza por ser um estado de variações emocionais, psicológicas, hormonais e físicas.
Isso equivale a dizer que, a mãe poderá sentir-se no pós-parto, muito sensível, confusa, instável, com incapacidade para cuidar de seu bebê, com medo, culpa, tristeza, falta de motivação, indisposição. Porém, esses sentimentos são considerados normais, desde que não perdurem por muito tempo, e têm sido relacionados às rápidas alterações hormonais, ao estresse do nascimento e ao grande aumento da responsabilidade que o nascimento de uma criança provoca.
No entanto, se esses sentimentos persistirem por um período de tempo considerável, mais de 4 semanas, por exemplo, após o parto, é importante que se fique atento para a possibilidade de estar se estabelecendo um quadro depressivo, que tem ocorrência de 10% a 20% dentre as mães em período puerperal.
Os fatores apontados como possíveis causas de deflagração da depressão pós-parto, são: os biológicos, já citados – variações hormonais e alterações no metabolismo que podem, ainda, acentuar consideravelmente problemas emocionais e/ou pessoais já existentes, os ambientais – mudanças expressivas no cotidiano, e os psicológicos – sentimentos conflituosos da mulher em relação a si mesma, ao bebê, ao companheiro, transtornos psíquicos pré-existentes, entre outros.
Em um quadro que aponte para depressão, a necessidade de diagnóstico é preemente.
É importante que a mãe procure acompanhamento psicoterápico, converse com pessoas próximas e os profissionais que a atendem – obstetra, pediatra, sobre os sentimentos que vem tendo, que não se envergonhe deles. Admitir que esses sentimentos existem, é o primeiro passo. E um profissional habilitado poderá orientá-la na busca do diagnóstico e tratamento adequados.
A vivência de sentimentos tão diferentes daqueles que se havia idealizado pode tornar esse momento muito penoso, e provoca nas mães um sentimento de inadequação, que pede ajuda.
Numa parcela grande dos casos de depressão pós-parto a mulher se isola, tem vergonha dos sentimentos, não tem coragem de assumi-los e falar o que está acontecendo com ela. Assim, sofre sozinha, aliás, com seu bebê, calada. Um sofrimento que muitas vezes não cessa sem tratamento, pelo contrário, se agrava. A depressão pós-parto pode durar meses ou até mesmo anos se não tratada.
A depressão pós-parto não é rejeição ao bebê prioritariamente, mas muito mais um sentimento de medo com relação as mudanças e ao desafio que se tem pela frente.
Portanto, o esclarecimento, a franqueza consigo mesma, a consciência dos nossos limites e a procura pela ajuda daqueles que nos amam e daqueles que podem nos auxiliar profissionalmente é a melhor, e mais eficiente saída neste momento.

quarta-feira, 3 de março de 2010

O PAI NOS PRIMEIROS MESES DO BEBÊ

Tanto falamos sobre a relação mãe-bebê e muito pouco sobre o pai, que em uma construção de família tradicional, compõe esta tríade.
Não ter falado muito sobre o pai e sua função nestes primeiros momentos do bebê não significa de forma alguma que ele tenha importância menor.
Hoje temos aqui um espaço só para ele, onde falaremos sobre essa pessoa e essa função tão importante – a paterna, nos primeiros meses de vida da criança.
No início da vida da criança a mãe é quem interage mais com o bebê sim, é sua primeira referência sem nenhuma dúvida, mas a função do pai é extremamente importante nesse momento.
Muitas vezes os pais sentem que não são necessários, pensam que nada podem fazer alí, algumas vezes sentem-se até mesmo preteridos, excluídos deste quadro. O que é um grande engano.
Por mais que a mãe esteja completamente voltada para o bebê, as avós estejam de prontidão, o pai pode ajudar muito, facilitar imensamente a interação mãe-bebê. Isso pode se dar quando ele percebe ou ainda é orientado para que dê a mãe o suporte emocional necessário para que ela viva esse momento da forma mais plena possível.
Isso equivale a dizer que o pai, para além da ajuda prática que pode dar, tem a função e até mesmo o poder de abastecer a mãe emocionalmente, nessa situação onde ela precisa se entregar por inteiro a este bebê.
O pai com seu amor, carinho e cuidado com a mãe pode tornar esse momento mais tranqüilo, feliz e prazeiroso para todos.
A mãe precisa dedicar-se a essa relação e cuidados com o bebê, e se não estiver emocionalmente bem, sentindo-se segura, dificilmente poderá exercer sua maternidade, neste momento, de maneira suficientemente boa.
Uma boa relação conjugal, onde exista cumplicidade, amor, compreensão e amizade pode facilitar para que esse período da vida seja algo extremamente natural, fluente.
Existe uma máxima que diz “ ninguém dá o que não tem”. E neste caso ela cabe perfeitamente.
A mãe precisa dar muito ao bebê, mas pra que ela dê precisa ter, ou pode chegar a sentir-se incapaz de cuidar dessa criança, o que não a impedirá de fazê-lo, mas que pode levá-la à uma depressão pós-parto e comprometer o desenvolvimento do bebê nesse período.
Portanto, o papel do pai é de extrema importância, não pode simplesmente ser aprendido se não houver o desejo de estar ali nesta tríade pai-mãe-bebê, mas pode, se esse desejo existir, ser alimentado pela informação e o esclarecimento.
Assim papais, exerçam esse lindo papel, e sejam muito felizes ao lado de sua mulher e seus amados filhos!